Hoje eu tomei banho de chuva. Mas não por incidente,
foi por sugestão do coração. Deu vontade. E enquanto o fazia, o meu peito
pingava saudade. Saudade de 2011 quando em um dia desses, de chuva, você me
veio como quem não queria nada e ficou como quem queria tudo. Pena que o
nosso tempo juntos teve prazo de validade.
A chuva caía e eu me lembrava de coisas que eu fiz
questão de ofuscar dentro de mim nos últimos anos. Primeiro por ter a ver com
você. Segundo porque são tão boas, mas tão boas, que faz até doer o peito por
eu ter a certeza de que todo aquele tempo bom, jamais irá voltar. Só que eu
gosto de lembrar, o que eu não curto mesmo é sentir saudade. Ela aperta demais.
Sufoca demais. Tortura demais. Enche os olhos e a boca d’água. E, como a
lembrança e a saudade andam sempre de mãos dadas, é melhor não praticar uma
para evitar os efeitos colaterais da outra.
Mas hoje não. Hoje assim que a chuva começou a cantar
no telhado, eu decidi que era o momento para me molhar, abrir essa caixa de
você que vive em mim e afogar-me em tudo o que carrego e que pesa tanto aqui
dentro de uma forma benéfica. Sabe, eu nem te quero de volta. Não é nada disso.
Eu só queria ficar ali mesmo, correndo feito uma criança de olhos fechados e
sentindo a água gelada lavando o meu corpo, minha alma, e umedecendo as minhas
boas lembranças.
Acho que pelo fato de ter acumulado tanto de você, eu
transbordei de uma forma tão intensa que assim que o teu sorriso se refez na
minha mente, eu senti como se estivesse sendo curado de uma doença rara. Ave Maria, aquele sorriso produtor de
vertigem fazia o meu estômago gelar rapidinho. Eu gostava.
Depois de ver o nosso filme diante aos meus olhos, os
trovões que já não me traziam mais medo me lembraram daquela música da Avril
Lavigne que tu adoravas. No começo eu achava irritante, lembra? Mas depois que
virou a sua marca, passou a ser uma das minhas preferidas também. Eu sei que é
de mulherzinha, mas What The Hell.
Ô menininha desajeitada, como eu amava toda aquela
complicação que você era. Como eu te queria bem. E você me fez passar por cada
uma, né? Cada situação inusitada. Acho que por isso você me marcou tanto. E foi
tanto. E ficou tanto.
Não sei mais por onde andas, com quem andas, tampouco
se andas bem. Mas se você estiver ouvindo o barulho dessa chuva e o vento
gelado que ela está causando, você vai lembrar-se de mim também. Eu sei que
vai. E vai saber que estou pensando em ti. Da maneira mais pura, mais doce,
mais querida e mais amável possível.
Porque o amor é desse jeito mesmo. Quando é feito de
verdade, ele te causa bem estar para o resto da vida. É que um amor bem feito gera lembranças incríveis. E são todas as
nossas lembranças que me fazem te querer bem, onde quer que você esteja.
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ResponderExcluirSimplesmente sem palavras...
ResponderExcluirLindo!!
Perfeito!!!
Você é sensacional Wesley!
Que texto maravilhoso vi minha historia, parabéns Wesley!
ResponderExcluirSeus textos são absurdamentes maravilhosos! Fico encantada com essa sua capacidade de tocar no fundo do coração e de contar histórias tão parecidas com as minhas que chega até a assustar! Tenho um blog onde posto textos meus e me dou ao luxo de publicar autores como você, que na minha opinião mereciam muito mais reconhecimento ( com seus devidos créditos, é claro). Se quiser, passa por lá! http://beatrizmouchrek.wix.com/blog
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