Eu em linhas escritas

Vivo num conflito pessoal entre meus sentimentos de momentos. Teve dias que acordei com amor e na escuridão da noite já não era nem mesmo paixão. Um congestionamento de relações formando um imenso trânsito paulista dentro do meu peito. O sinal vermelho acende uma, duas, três vezes, logo depois vira um pisca-pisca dizendo que a passagem é proibida, mas insisto em enxergar uma cor verde. E eu nem sou daltônico, sabia? Mas é que eu sou assim. Vivo querendo andar na contramão pra ver o que acontece. Já duvidei da força da correnteza e até hoje não entendo como um amontoado de ferro consegue sobrevoar. Ainda enxergo desenhos em nuvens e jamais deixarei de me sentir confortável com o barulho da chuva. Eu sou assim, entro pela porta da frente esperando que haja outra nos fundos. Busco o escapamento em ruas sem saídas. Já me cortei com o cerol da linha de uma pipa. O sangue podia ser doce, mas tem gosto de ferrugem. Gosto do teor alcoólico numa roda de amigos, compartilhando gargalhadas e fazendo lembranças. Já falei aqui das minhas relações barulhentas? E das silenciosas? Tem umas que são rápidas e outras longas, mas nada tão sério que chegue a completar 12 meses no meu currículo de amores. Ei, sabia que eu já viajei sem sair do meu quarto? E foram tantas vezes que eu parei de contar quando o Jake estava arrependido desenhando na janela de um avião a caminho da Itália. Mas isso é outra história. Já sorri sem ouvir uma piada. E já recebi tantos conselhos sem ouvir nenhuma voz que me sinto até um ser estranho. É que na minha estante tem livros. Muitos livros. E ler é o carro-chefe para o conhecimento. E isto muito me agrada. Faço a minha história lendo outras histórias. Tenho uns vinte e poucos anos nas costas, para os mais velhos ainda é pouco. E é mesmo. Mas eles já pesam. Minha coluna não tão perfeita já sente a consequência de dias acumulados, somados e multiplicados que se resultam em todos esses anos. E no meio de amores, experiências e risadas, vou caminhando no labirinto da minha vida nada fácil, mas também não tão complicada. É assim que eu sou. 

Obs: Esse rapaz do texto embora tenha alguns aspectos meus, não sou eu. Saiu da cadeia dos meus pensamentos agora. HAHAHA.