Doeu, mas passou


Hoje eu encontrei com ela após 1 ano. E finalmente, depois de 12 meses eu posso dizer que sim, eu superei. Não posso negar que foi difícil, porque não foi. Mas passou. Ver ela ali naquela lanchonete - aonde íamos todos os sábados de manhã para tomar café – e não sentir mais o meu coração bater acelerado e minha mão suar de nervosismo, era como vencer uma corrida de fórmula 1 e levantar a taça para comemorar a vitória. Não hesitei em entrar como nas últimas vezes em que percebera que ela estava dentro, pelo contrário, entrei com firmeza me dirigindo até o caixa e pedindo um refrigerante em lata. Ao ouvir o meu pedido, pude ver de canto de olho que ela virou-se para ter certeza de que aquela voz que invadia o local era minha. Fiz o mesmo e nossos olhares se cruzaram. Mais uma vitória ganha, pois mais uma vez para a minha surpresa, não senti nada. Sorri sem descolar os lábios, e levantei as sobrancelhas dirigindo o meu olhar novamente para a atendente que me entregava o refrigerante com a nota do valor. Paguei e quando ia saindo, voltei a olha-la que permanecia me observando. Sorri novamente e dei um ‘tchau’ que foi correspondido da mesma forma.

No caminho para casa, enquanto apreciava o sabor maravilhoso do refrigerante de laranja, foi inevitável recordar-me de tudo o que aconteceu entre nós há um ano. Comecei a questionar-me como estaríamos se ainda estivéssemos juntos. E cheguei a conclusão de que com certeza, já estaríamos dividindo o mesmo teto. Mas o destino não quis assim, ela não quis assim, e talvez nem eu mesmo quisesse assim. Terminamos da pior forma possível, por uma traição. Da parte dela. Mal pude acreditar quando li aquelas mensagens no seu celular que descreviam em detalhes como havia sido a noite anterior. Não havia desculpas, não havia justificativas. Estavam ali as provas, em minhas mãos. A pessoa que eu mais confiava e amava, havia me traído. Não pensei duas vezes em romper o nosso namoro de 2 anos. Eu não conseguia aceitar. 

No início foi difícil, tive inúmeras recaídas e voltamos a transar algumas poucas vezes. Mas logo após, a nossa ligação foi completamente extinta. Porém dentro de mim ela ainda estava bem viva e presente. E eu decidi que não a odiaria por isso, muito pior culpar-me-ia. Eu sou um tipo de cara que quando acaba um relacionamento não guarda na memória só as coisas ruins. Pelo contrário, prefiro lembrar-me das coisas boas. Faz o relacionamento ter valido muito mais a pena. Afinal, eu não posso negar que todas aquelas risadas, conversas, brigas, brincadeiras e guerra de travesseiros após o sexo com beijos e mordidas me fizeram um bem danado, né? Embora o fim tenha sido ruim, o começo e os meios foram completamente inesquecíveis de tão bom. E é por esse motivo que eu fico feliz de saber que agora eu estou pronto para investir em um novo amor, assim como ela já está há muito tempo. E como eu disse, não sinto raiva dela, pelo contrário, só tenho a desejar felicidade. Para ela e para mim.


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