Você se lembra? Lembra-se da primeira vez que me dirigiu o olhar naquela tarde de um sábado no qual eu nunca imaginara que seria tão marcante na minha vida? Eu lembro, sabia? E todas as vezes que essas lembranças vêm à tona, um imenso sorriso de saudade e gratidão se forma em meu rosto me fazendo parar no tempo por alguns segundos, só para tentar refazer na minha cabeça aqueles dois beijos que dei um em cada lado do seu rosto como forma de apresentação. E você, - toda tímida - retribuindo com um olhar constrangido e voz tremula. Era você, eu sabia que daquele momento em diante seria você, porque eu queria que fosse você. E não é que foi?
Eu não tinha experiência alguma em conquistar alguém, em fazer alguém se interessar por mim, muito menos amar alguém. E então eu fui comendo pelas beiradas de mansinho, até que então por fim no aniversário de um amigo em comum, - com a ajuda e a pressão da rapaziada que já havia sacado o meu interesse por você -, fez com que eu criasse uma coragem que não me pertencia no momento para te convidar a ir a um lugar menos barulhento e, por fim, te pedir um beijo. Beijo esse que eu não sabia como era, muito menos como fazer. É que você sabe, foi a minha primogênita na caminhada de amores. Você foi a minha primeira em tudo. E para a minha surpresa, em função do sorriso que você me deu, percebi eu não era o único interessado e a reciprocidade de desejos fez acontecer da forma mais bonita e gostosa possível o meu, e o seu primeiro beijo.
Dalí em diante, após umas ‘trocentas’ ficadas, resolvemos oficializar a ‘parada’ e levar tudo mais a sério. Seriedade essa que não existia entre nós, né? Porque até nas nossas poucas brigas, era impossível não terminar sorrindo. E você, até hoje é a única que tem o poder de me fazer dar gargalhadas de queimar o estômago e derramar água pelos olhos. Maluca. Linda. Sexy. Cheirosa. Implicante. Especial. A garota com quem eu aprendi muito estando ao seu lado por tanto tempo. A que me ensinou a essência de um sentimento e o valor de um relacionamento.
Obrigado, pequena. Você foi importante demais na minha vida. E por mais que hoje não estejamos mais dividindo o mesmo edredom, ou trocando ciúmes, ou eu não esteja mais deixando pingos de urina no acento da sua privada e você não deixando mais suas peças de roupas jogadas pelo meu quarto, quero que saiba que eu ainda vou lembrar-me de você todas as vezes que eu ouvir aquela música que você disse que era nossa. E daquela que te fazia dançar como louca só de calcinha e sutiã na frente do espelho do seu banheiro com a porta aberta. Todas as vezes que eu for cozinhar algo e virar o cabo da panela para a parte de dentro do fogão, já que você dizia que se ficar para fora, alguém pode esbarrar e causar um grave acidente. E todas as vezes que eu olhar para o meu quarto e ver que a estante de livros não está organizada como você deixava. Você me faz falta, mas é uma falta agradável. Terminamos amigavelmente. Precisávamos seguir nossas vidas com caminhos paralelos e diferentes, e o bom de tudo isso é que, graças a mim e a você, só temos lembranças boas de tudo isso. E olhar para trás e lembrar com satisfação, é gratificante. Afinal, o primeiro amor, a gente nunca esquece.


E aí galera, eu sou Wesley Néry. O cara de 18 anos que ainda não sabe qual curso vai escolher para facultar e que adora escrever. Opinião formada, autoconfiança e ego inflado, mas acima de tudo gente boa e humilde. Atende pelo apelido de "Wes" e FIM.


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