Eu te amo maluca, bom dia

Oi amor, tá tudo bem por aí, pequena? Se não está, eu tenho certeza que vai ficar depois que você terminar de ler isso. Eu sei que vai. Porque eu sou o cara, você sabe né? Você sabe que eu sou. Então, ontem antes de dormir eu fiquei pensando muito sobre a gente e após raciocinar muito tentando entender nós dois, a única coisa que eu consegui ganhar foi um imensa dor de cabeça, porque é fato que passei longe de conseguir encontrar uma explicação descente. Acho que você tem razão quando fala que o meu cérebro é do tamanho de uma cereja.

Enquanto pensava, percebi que não somos normais. Você vive me mordendo, eu sempre me vingo mais forte. Você grita feito uma louca pela casa e eu começo a rir. Você canta com a boca cheia de creme dental e dança - trajando apenas uma calcinha - com a porta do banheiro aberta. Meu, quem é que faz isso? Ou melhor: Quem é que não acha uma boca cheia espuma nojenta? Pois é, eu. Eu chego suado e você me ameaça com faca, caso eu te toque antes de tomar um banho. Eu tenho medo, mas sei que você me ama tanto que seria incapaz de me causar algum dano, então o que é que o retardado aqui faz? Isso mesmo, te abraça. E aperta. E destrói todo o lado limpo e meigo que você construiu, o que obviamente te faz ser obrigada a dividir o chuveiro comigo. Ah o chuveiro. Depois você me responde por que é que a gente fica competindo um com o outro, quem fica com o sabonete? Não, sério. Nem acredito que a gente faz esse tipo de coisa. A parte boa é que beijar debaixo do chuveiro é muito bom. Tira o fôlego. 

Ah, outro fato importante de ser questionado: Por que a gente foi ao cinema uma vez de pijama e outra descalços? Lembro que você disse que não queria ir de salto e, como a sua sandália de dedo estava em casa, obviamente você não pagaria mico sozinha. E é claro que eu fui obrigado a deixar a minha no carro. Tudo bem, confesso que eu queria mesmo fazer aquilo e vamos combinar, foi muito legal.

Lembrei também da vez que resolvemos almoçar fora e você teve a brilhante ideia de simular uma briga. A gente só conseguia rir e ao invés de passar uma imagem de casal em crise, fomos rotulados como doentes mentais. E provavelmente somos. Você está ligada que a minha mãe adora você só porque você consegue fazê-la rir mesmo não tendo a intenção né? Porque nem cozinhar um ovo você sabe. E seu pai, ah o seu pai. Tenho pena dele por ter o pior genro-comentarista-e-entendedor-de-futebol-do-mundo. A parte boa é que ele se diverte. E a parte ruim é que de fato, eu não sou o genro que ele pediu a Deus. Mas quem é que liga, né?

E ao ver você dormindo em cima do meu peito, como uma moça prendada, como um casal normal. Sentindo a sua respiração quente e analisando a sua cabeça subir e descer em virtude do ar que o meu pulmão sugava e expulsava, percebi que sou o cara mais feliz desse mundo. Não que os outros não sejam, mas é que eu tenho uma felicidade especial. Uma felicidade diferente. Eu tenho você. E você é tão inacreditável que chega até dar medo.

E é sendo assim, desse jeito quase errado que a gente se completa. Nós não somos um casal grudento, meloso ou cheio de mimimi, mas ninguém duvida do nosso amor. Mesmo que todos nos achem estranhos, menos a gente. Mas a gente não conta porque a gente não é normal. E tudo o que eu tenho para te dizer nessa manhã, é que eu sou muito grato por ter uma louca, anã, que rir feito um bezerro e tem voz de boneca, mas não uma barbie, porque a barbie não tem defeitos. E se você não tivesse defeitos, você não seria perfeita para caralho para mim.

Na verdade, são todas as suas imperfeições que me fazem te admirar cada vez mais. E são todas essas nossas loucuras que me fazem te querer sempre mais. E são todos os dias inesquecíveis que compartilhamos, que me fazem querer fazê-los eternos. Eu te amo, maluca. Bom dia!

Obs: Não fique chateada por eu ter escrito tudo isso na porta do seu guarda-roupas com um marcador permanente. Sei lá, ao menos você poderá ler isso todos os dias.