O vento

O vento quando bate forte trás consigo o som da calmaria e o hálito da natureza. O prazer é consequência da frieza ou da quentura que ele provoca ao tocar o nosso corpo tendo o poder de produzir arrepios dos pés à cabeça. Mas o que mais me fascina na existência do vento é que ele pode ser quem ele quiser, da maneira que quiser, aonde ele quiser, e no momento que quiser porque ele é livre e melhor ainda, é invisível. E sinceramente, no meio de tanta coisa que virou rotina, ele ainda é uma das que se renovam sempre que passa.

Se eu pudesse ser um enigma da natureza, eu escolheria ser o vento. Assim, eu poderia abraçar todos os corpos, navegaria pela imensidão do céu azul, faria amor com as nuvens matutinas e beijaria o mar causando ondas de felicidade. Seria o amigo no final das tardes e o inimigo dos cabelos bem arrumados. E o mais legal é que eu seria eterno, infinito, eu seria p-a-r-a-s-e-m-p-r-e.

Mas pensando por outro lado, o vento apesar de tocar todas as pessoas, conhecer todos os lugares, e ser tão benéfico para o mundo, ele parece ser sozinho. O vento não tem um amor. Talvez seja por isso que ele se faça e desfaça todos os dias. Pobre solitário.

Mas o vento tem várias amigas espalhadas por aí, e é o que o torna mais feliz no dia-a-dia. São as árvores. Sempre que eles se encontram os galhos batem palmas e as folhas produzem barulho. A zoada em forma de chocalho significa que ela está rindo das histórias que ele conta.

O vento e a árvore são melhores amigos porque ambos se completam. Ela está alí para ouvir os seus medos, aventuras e frustrações. E ele voa, voa, voa e volta para noticiar a ela como anda o mundo já que ela tadinha, não pode nem se sentar poque está presa em uma única posição desde o seu nascimento.

O vento é vida. É corrida. É viagem. O vento é liberdade em qualquer idade.