Falando de amor antes de dormir

Estava pensando aqui na vida, em nós dois e caramba! Como o amor é louco. Ou nós que somos normais demais para senti-lo? Não sei, mas sei que o amor é bem mais do que mãos dadas no final da tarde, ou qualquer beijo no meio do filme de comédia romântica. É mais até que as reconciliações de brigas por motivos vazios. O amor é como um cobertor quente no inverno. É proteção. O amor é como o silêncio após a bronca da mãe pela nota baixa na escola. É respeito.

O amor é a mãe dos sentimentos. É necessidade de cuidado. É uma comédia de doer à barriga. É o livro de autoajuda nos dias difíceis. O amor é a respiração ofegante de prazer e satisfação. É o mérito de fazer o outro sorrir. É a troca e a aceitação de opiniões sendo gêmeas ou diferentes. Lembra-se daquela sensação gostosa de correr com os amigos na infância? Pois é, o amor também é isso. Liberdade.

Mas quando quer o amor também sabe fazer doer. E essa dor não cura com qualquer antibiótico. O amor enche os olhos de água quando sufoca o coração. E muita das vezes quando já está na sala de reanimação, o choque de realidade não é forte o suficiente e ele se vai.

É que existem amores que não são para sempre. Porém não é porque chegou ao seu prazo de validade que não valeu a pena, que não foi de verdade, que não foi amor. Há amores que vêm para fazer lembrança no presente, se tornar passado e te arrancar sorrisos no futuro.

Mas minha pequena, analisando com calma, cheguei a conclusão de que o nosso amor é diferente. Pode acabar amanhã? Sim, é claro que pode. Mas não vai. E se um dia isso chegar a acontecer, guardarei você na carteira do meu coração como o romance mais bem sucedido que eu já tive. O beijo mais saboroso que eu já dei. A mão mais macia que eu já toquei. E o corpo mais frágil e minúsculo que eu já abracei.

Mas eu sinto que é você, tá ligada? O nosso amor não está só com a ponta do pé dentro d'água. Mergulhamos de corpo e alma. Ele renasce todos os dias. Sorri diferente a cada instante. Olha com firmeza e grita no silêncio que nós dois somos para sempre. Clichê, porém verdade. E se o nosso para sempre for até os meus trinta anos, não deixará de ter sido para sempre. Afinal, ninguém sabe quanto tempo dura o para sempre do amor. Pode ser um mês, um ano ou uma década. Mas se esse amor durar uma vida inteira, é mais que para sempre, é raro. É incomum. E arrisco-me a dizer que é eterno.

Mas já está tarde. Vamos dormir que os teus pés já estão gelados e o teu cabelo cheiroso está fazendo cócegas no meu nariz. Meu braço está dormente devido o peso da sua cabeça, mas eu prefiro te deixar confortável e te passar segurança. Isso é amor.