Resgate o antigo amor

Estava aqui pensando e cheguei à conclusão de que eu sinto saudade. Saudade de uma época onde as pessoas se preocupavam mais umas com as outras. Preocupavam-se em fazer o bem sem pretensão de recompensa. Saudade de uma época onde o amor quando chegava, explodia, ardia e dominava. Hoje ele até chega, mas se ofusca com medo das pessoas. Do que elas se tornaram. 

Os sentimentos da atualidade – em específico o tal do amor - perderam tanto o seu valor que, eu posso até estar errado e/ou sendo precipitado, mas a visão que eu tenho do amor hoje, quer dizer, amor não, porque amor não é isso. Mas a visão que eu tenho disso que chamam de amor é: Status. Sim, as pessoas “amam” por status. Traem por status. Ficam umas com as outras para impressionar os outros e perdem o que lhe há de mais valioso, a maestria de ver no próximo o conteúdo que complementa a sua essência. 

Não generalizo, afinal, ainda existe uma minoria na sombra desse muro de sentimentos vazios que se perdem com o vento à espera de alguém que valha a pena. Olha só o clichê presente até aqui.

“Alguém que valha a pena.” Frase comum de ser iniciada com ‘estou à procura de’. Procura essa que é cansativa, quase inalcançável, mas que de modo esperançoso, é possível. E quando achamos alguém valendo a pena no mercado, o investimento vale mais ainda. 

Na verdade, o que falta é a espontaneidade que não encontramos mais nos dias de hoje. A dedicação. A preocupação. A vontade de agradar independente de qualquer coisa desanimadora. O medo de não ser o bastante e tentar se superar. Ei cara, ei moça, lembra-se daquele ‘boa noite’ de timbre apaixonado no final da noite? Ele ainda arranca sorrisos e trazem bons sonhos. O bom dia, também. 

Informar o quanto se gosta também é grandiosamente prazeroso de se ler. De se ouvir. De se compreender. Porque, embora já saibamos disso, ser relembrado com entusiasmo é como se fosse uma gota de álcool sobre a fogueira do relacionamento. O fogo do amor cresce. Arde. E faz sorrir.

Vocês sabiam que até o sexo de hoje anda sem o mesmo sabor de antes? Aquele descompromissado que é totalmente focado no objetivo de saciar a sua necessidade pessoal, todos sabem que nunca teve essa credibilidade toda. Mas o amor sobre os lençóis não, esse merece atenção, afeto, carinho, arrepios, palavras, queimações, arranhões e tudo o que for necessário para converter os seus sentimentos no ápice do prazer. O sexo de um casal não pode ser como um banho diário, não pode se transformar em uma rotina monótona, mas sim numa rotina que se renova a cada prática. 

Fico extremamente feliz quando vejo casais comemorando os seus 25 anos de casados. Os seus 50. E se vão com a missão cumprida de uma vida amorosa bem sucedida. E ao mesmo tempo entristeço-me por saber que daqui a alguns anos, seremos poucos dessa geração que repetiremos a mesma prática. E você já parou para pensar na quantidade de idosos sem o seu “meu velho” e “minha velha” o lado que irá popular o mundo daqui a uns anos? Imagina a solidão que deve ser chegar ao fim da vida sem alguém do lado para lembrar das histórias intensas que construíram juntos? Pois é, consequência da falta de respeito com o amor na juventude. 

O amor não é um cadeado. Não é uma prisão. Não é um cárcere privado. Pelo contrário, o amor é leve como uma pena que voa guiada pela força do vento. Logo, amar é ser livre para se prender na força de quem nos faz bem. É curtir a vida em boa companhia. É produzir incríveis lembranças. 

Finalizo por aqui citando verdades e fazendo um apelo: O mundo está carente de amor. Carente de romantismo. Carente de sinceridade. Carente de pessoas de verdade. Carente de relacionamentos duradouros. Carente de décadas passadas. Então não tenha medo, resgate o antigo amor e se entregue a ele.